Dona Leopa, como gostava de ser chamada. Nasceu na época que Marechal Floriano era uma Vila, em 17 de agosto de 1905. Faleceu em 09 de outubro de 2020, com 115 anos. Filha de Manoel Vieira do Nascimento, escravo liberto pela Lei do Ventre Livre. Em Marechal Floriano passou a sua infância, mas com 13 anos foi trabalhar como doméstica em Cachoeiro de Itapemirim. Conheci esta simpática senhora no dia 10 de outubro de 2015, no asilo que vivia, Avedalma, em Cariacica – Sede/ES. Sempre que dava, íamos visitá-la. Com a mente ótima lembrou do Belarmino Pinto e do Victor Traváglia, senhores conhecidos na história de Marechal Floriano. Não casou, também não teve filhos, sua vida foi dedicada ao trabalho como doméstica. Mesmo tendo pouco estudo, sabia ler e escrever. Gostava de poesia, música e tocava gaita. Uma das coisas que sempre fazia questão, era exercer o seu direito de votar, e gostava de destacar a sua importância na escolha do candidato. Gostava também de declamar poesia, e o fez, lindamente, no último dia que fomos visitá-la, “Meus Oito Anos” de Casimiro de Abreu:
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais! (...)
Sabia de cor e na gaita o Hino Nacional, o Hino da
Bandeira e o Hino do Espírito Santo. Uma senhora apaixonada por poesia e pela
pátria. O sorriso no rosto era sua marca registrada. Que alegria poder fazer
esta homenagem póstuma.
Dona
Leopa era considerada a eleitora mais idosa do estado do Espirito Santo, e
talvez do Brasil, pois sempre fazia questão de ir votar, mesmo que na idade
dela o voto é considerado facultativo.
Em entrevista ao jornal A Tribuna nas eleições de 2018, Dona Leopa voltou a defender a importância do voto inclusive para pessoas que não precisam mais votar, como era o caso dela, por ser idosa: “O voto trouxe liberdade para a mulher”, destacou.
E para
quem diz que não adianta votar porque os políticos sempre roubam, Dona Leopa
destacou para A Tribuna que essa não é a forma ideal de lidar com os problemas:
“As pessoas falam que não vão votar porque os políticos continuarão a roubar do
mesmo jeito. Mas isso não é certo. A gente tem a chance de renovar a cada
quatro anos, de tentar de novo”, disse Dona Leopa.
“As
pessoas que trabalham melhor para o Brasil são em quem a gente vota, aquelas
pessoas que fazem algo para o país. Também é preciso muito cuidado para não
deixar o Brasil cair em uma ditadura. Que Deus nos livre. Eu já assisti uma
ditadura”.
Dona
Leopa
Em entrevista para A GAZETA em 2016
1ª Ocupante: Giovana Cristina Schneider(21/02/1968)
Giovana Cristina Schneider, também conhecida como Vaninha.
Por ser um bebê grande, e seria necessário fazer cesárea, sua mãe teve que ser
deslocada do interior para dar à luz na Santa Casa de Misericórdia de
Vitória/ES. Morou em Campinho, Domingos Martins, até a idade de dois anos.
Depois foi com a família morar em Marechal Floriano, onde considera sua cidade
natal. Lugar, como costuma dizer, que tem seu comprovante de residência.
Sempre
tendo um carinho enorme por Marechal Floriano, e curiosidade para saber quem
foram os primeiros moradores, quem era o tal Belarmino Pinto que dava nome da
rua. E com esta curiosidade, e recursos próprios, nasceu o primeiro livro de
Marechal Floriano, Resgatando Memórias, que conta um pouco das memórias desta
pequena e grande cidade.
Quando era
uma pequena menina, que brincava nas ruas de Marechal Floriano. Na minha visão
de criança, era tudo grande...
Então, uma
grande cidade. Com o passar do tempo as brincadeiras de criança ficaram para
trás...
Hoje na
minha visão adulta, Marechal Floriano se tornou pequena...
Mas uma
pequena cidade de grande aconchego. Marechal Floriano tem o seu aconchego
natural...
Amo esta pequena e grande cidade”.
O curso
primário foi no antigo “Grupo Novo”, hoje Elisiário Ferreira Filho. Ginasial e
Ensino médio no EEFM Emílio Oscar Hülle.
Tem o Curso de Auxiliar de Enfermagem
Curso de Fundamentos do Jornalismo.
Atualmente faz graduação em Filosofia.
Escritora
Poeta
Contista
Participação em várias Antologias de Contos e Poesias, em
editoras do Brasil.
(Um carinho especial, Antologia “Poetas Pela Paz”, que já
está na sua 2ª Edição)
Em 2019 a participação no lançamento da Antologia Contos
Sombrios, da Editora Drago, na Bienal do Rio de Janeiro. Com o conto: Relógio.
O romance “No Paralelo da Vida” que já está na sua 2ª
Edição. Teve inscrição no Prêmio Oceanos 2021, mesmo não sendo selecionado, foi
uma grande oportunidade de ser apresentado, pois foram avaliadas 1.835 obras de
dez países.
Recebeu da
Câmara Municipal de Marechal Floriano: Mocão de Aplausos em 2019 e 2021
(Reconhecimento pelo trabalho de escritora).
Filha de Florentino Schneider (in memoriam) e Licila Schneider. Sendo a caçula da família, tem dois irmãos, Florentino Schneider Filho (in memoriam) e Aristeu Schneider, duas irmãs, Leticia Regina Schneider Tschaen e Lucinéa Schneider Tomaz Ricci.Atualmente usando somente, Giovana Schneider, nas obras.
Livros publicados:
Registros... Aleatórios (Poema/2014) Grafisana MF
Marechal Floriano... Resgatando Memórias (Livro
Reportagem/2018) Grafisana MF
Palavras ao Vento (Poema/2019) Editora Drago/RJ
No Paralelo da Vida – Já na
2ª Edição – (Romance/2020) – Pragmatha Editora/SP
Poemas dos Momentos (Poema/2021) – Pragmatha Editora/SP
[ Alguns destes títulos estão disponíveis na Amazon no formato eBook Klinde]
Algumas curiosidades:
*Já trabalhou como Sonoplasta no Teatro Galpão, em Vitória.
O rapaz que era o responsável pela sonoplastia ficou doente, não havia ninguém
para substituí-lo, não teve outro jeito, como conhecia todos os componentes da
peça, e assistia todos os ensaios, teve que aprender em uma semana. No final deu
tudo certo.
*Já trabalhou como Agente Comunitária de Saúde, e foi a
primeira e única líder que eles tiveram, quando saiu, ninguém a substituiu.
*Sofreu um acidente em 2007, poderia ter entrado em
depressão, o que quase aconteceu, mas foi SALVA pela LITERATURA.
Nenhum comentário:
Postar um comentário