Arnaldo João Kuster nasceu na Vila Braço do Sul, em 25 de Setembro de 1898, filho de Ulrich Kuster e Izabel Pröscholdt, em família de intelectuais. Seu pai foi o fundador da escola local (em 1886) e seu primeiro professor, ensinando em sua língua nativa, o alemão.
O Professor Arnaldo Kuster ladeado
por seus alunos em foto de 1915
Foto: Acervo de Jaír Littig |
O jovem professor Arnaldo, entretanto, seguindo a profissão do pai, traduziu a cartilha do alemão para o português, passando a alfabetizar as crianças da então Vila de Marechal Floriano na língua nacional brasileira.
Casou-se com a também professora Flores Passinato, com quem teve três filhas (Nadyr, Laura e Solange) que seguiriam o caminho dos pais no magistério.
1º Ocupante: Valmere Klippel Santana (15/11/1967)
Escritor e historiador, nasceu em Marechal Floriano, onde viveu toda a infância e realizou os estudos da Educação Básica. Em 1995 foi admitido na UFES, após ter alcançado o 1º lugar no vestibular para o curso de Letras Português, tendo cursado 6 períodos na formação, que foi obrigado a abandonar sem concluir, motivo de grande frustração. Entretanto, escreve e publica bastante no período, tendo vários trabalhos premiados. Atua também no magistério, lecionando na Rede Pública estadual e em algumas redes municipais.
Em 2019, finalmente realiza o sonho de graduar-se, embora que tardiamente, licenciando-se em Ciências Humanas e Sociais, na Universidade Federal do Espírito Santo. Em 2021 inicia, na mesma UFES, a graduação em um segundo curso: História, sua grande paixão. Esse curso ainda encontra-se em andamento no momento em que é produzida a presente nota biográfica.
Casado com Adriana Deorce desde 2009, o acadêmico é pai de Iúri e Caio (de uma primeira união com Silvana Fischer), e de Raíssa, Lara e Manuela.
Publicando pela editora Clube de Autores, a bibliografia do acadêmico constitui-se das seguintes obras:
Baía de Todas as Vitórias (Romance)
https://clubedeautores.com.br/livro/baia-de-todas-as-vitorias
PVD-5 (Romance)
https://clubedeautores.com.br/livro/pvd5
Obituário Secreto dos Dias & Outros Contos (Contos)
https://clubedeautores.com.br/livro/obituario-secreto-dos-dias
Itinerário Existencial (Poemas)
https://clubedeautores.com.br/livro/itinerario-existencial
As Peças do Jogo (Romance)
https://clubedeautores.com.br/livro/as-pecas-do-jogo
Crônicas do Apocalipse (Romance)
https://clubedeautores.com.br/livro/cronicas-do-apocalipse
Mostra da Obra:
Texto 1:
Baía de Todas as Vitórias (Capítulo 32)
Mãe
Albina vira o Sítio Renascer prosperar naqueles anos em que vivera ali.
Orgulhava-se de fazer parte daquilo tudo e se não havia naquela terra o seu
suor, por que a idade e as forças já não lhe permitiam a lida, sabia que a
força do povo que trouxera até ali guiada pela mão de Deus suara por ela,
mexera e remexera a terra, plantara e colhera, pastoreara, inventara novas
formas de domar os ventos, de conter as enxurradas, de amainar a fúria do sol
do meio dia.
-
Naná, traz pra eu um copu daquela batida di abacati, fia! – Pediu subitamente
Mãe Albina à filha, que pela graças da
mão de Deus estava bem encaminhada com o Paulistinha, que se não era lá muito
bonito, compensava a feiúra sendo muito trabalhador e esperto, verdadeiro
esteio do sítio na ausência do dono, principalmente em ocasiões como a daquela
tarde, quando Nhô Marcelo Oliveira mais Nhá Jussara e Nhozim Jaiminho tinha
descido ao Baixo Mundo para a festa da baía.
-
Mãinha, ocê num divia! – Advertiu a filha, preocupada.
-
Anda logu, minina, tô mandanu! – exasperou-se a velha, em meio a um ataque de
tosse.
-
Tá vênu, mãínha! Ocê num podi...
-
Intão num discuti cumigo! Será qui nem na hora da morti você podi fazê u qui eu
mandu?
Quando
a tosse passou Mãe Albina fez um sinal e Naná levou o copo com a batida de
abacate à sua boca. A velha tomou devagarinho, saboreando a bebida, relembrando
o abacateiro que tinha no quintal lá em Goiabeiras, quando era criança; do pai
Nhô Augusto vigiando os frutos, contando, regrando, castigando na “gurumbumba”
quem se atrevesse a colher um fruto verde, maduro ou bicado pelos sabiás que
cantavam aquele canto triste ao amanhecer e ao entardecer.
-
Chega, fia, tô sastisfeita! – disse para Naná e a moça afastou o copo, tentando
esconder o choro. – Chora não, fia, todu mundu morri um dia... meu dia tá
cheganu! – acalmou-a a velha, fazendo força para segurar a mão magra da filha.
-
Fica cum nóis, mãínha!
-
Ficu não, fia. Nossu Sinhô tá chamanu... meus dia cu'ocêis se foi, fia!
Lentamente o calor da mão da filha foi desaparecendo. Mãe Albina foi sentindo o corpo leve, a luz da tarde que entrava pela vidraça foi ficando mais intensa. Logo estava subindo, subindo, subindo. E lá de cima via o sítio banhado pelo sol da tarde, as pessoas trabalhando, as plantas crescendo, a vida se multiplicando... a vida continuando!
Texto 2:
Dislexia
Num ppael amraleado
Rbasiqeui meu hoirnozte
Com gfriate e soildão
E a prsesa de um isnatnte
Com gfriate e soildão
Rbasiqeui meu hoirnozte
Em ppael amraleado
Na prsesa de um isnatnte
Rbasiqeui meu hoirnozte
Na prsesa de um isnatnte
Em ppael amraleado
Com gfriate e soildão
Na prsesa de um isnatnte
Rbasiqeui meu hoirnozte
Texto 3
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