terça-feira, 27 de julho de 2021

Cadeira Perpétua Arnaldo João Kuster - Nº 11






Arnaldo João Kuster nasceu na Vila Braço do Sul, em 25 de Setembro de 1898, filho de Ulrich Kuster e Izabel Pröscholdt, em família de intelectuais. Seu pai  foi o fundador da escola local (em 1886) e seu primeiro professor, ensinando em sua língua nativa, o alemão.


O Professor Arnaldo Kuster ladeado
por seus alunos em foto de 1915

Foto: Acervo de Jaír Littig

O jovem professor Arnaldo, entretanto, seguindo a profissão do pai, traduziu a cartilha do alemão para o português, passando a alfabetizar as crianças da então Vila de Marechal Floriano na língua nacional brasileira.

Casou-se com a também professora Flores Passinato, com quem teve três filhas (Nadyr, Laura e Solange) que seguiriam o caminho dos pais no magistério.

Faleceu em 08 de Fevereiro de 1961.

Foto:Acervo Pessoal de
Djanira Edilene Christ Stein


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1º Ocupante: Valmere Klippel Santana (15/11/1967)

Foto: Cícero Modolo



Escritor e historiador, nasceu em Marechal Floriano, onde viveu toda a infância e realizou os estudos da Educação Básica. Em 1995 foi admitido na UFES, após ter alcançado o 1º lugar no vestibular para o curso de Letras Português, tendo cursado 6 períodos na formação, que foi obrigado a abandonar sem concluir, motivo de grande frustração. Entretanto, escreve e publica bastante no período, tendo vários trabalhos premiados. Atua também no magistério, lecionando na Rede Pública estadual e em algumas redes municipais.

Em 2019, finalmente realiza o sonho de graduar-se, embora que tardiamente, licenciando-se em Ciências Humanas e Sociais, na Universidade Federal do Espírito Santo. Em 2021 inicia, na mesma UFES, a graduação em um segundo curso: História, sua grande paixão. Esse curso ainda encontra-se em andamento no momento em que é produzida a presente nota biográfica.

Casado com Adriana Deorce desde 2009, o acadêmico é pai de Iúri e Caio (de uma primeira união com Silvana Fischer), e de Raíssa, Lara e Manuela.

Publicando pela editora Clube de Autores, a bibliografia do acadêmico constitui-se das seguintes obras:

Baía de Todas as Vitórias (Romance)

https://clubedeautores.com.br/livro/baia-de-todas-as-vitorias

PVD-5 (Romance)

https://clubedeautores.com.br/livro/pvd5

Obituário Secreto dos Dias & Outros Contos (Contos)

https://clubedeautores.com.br/livro/obituario-secreto-dos-dias

Itinerário Existencial (Poemas)

https://clubedeautores.com.br/livro/itinerario-existencial

As Peças do Jogo (Romance)

https://clubedeautores.com.br/livro/as-pecas-do-jogo

Crônicas do Apocalipse (Romance)

https://clubedeautores.com.br/livro/cronicas-do-apocalipse


Mostra da Obra:


Texto 1:

Baía de Todas as Vitórias (Capítulo 32)

 

Mãe Albina vira o Sítio Renascer prosperar naqueles anos em que vivera ali. Orgulhava-se de fazer parte daquilo tudo e se não havia naquela terra o seu suor, por que a idade e as forças já não lhe permitiam a lida, sabia que a força do povo que trouxera até ali guiada pela mão de Deus suara por ela, mexera e remexera a terra, plantara e colhera, pastoreara, inventara novas formas de domar os ventos, de conter as enxurradas, de amainar a fúria do sol do meio dia. 

- Naná, traz pra eu um copu daquela batida di abacati, fia! – Pediu subitamente Mãe Albina à filha, que pela  graças da mão de Deus estava bem encaminhada com o Paulistinha, que se não era lá muito bonito, compensava a feiúra sendo muito trabalhador e esperto, verdadeiro esteio do sítio na ausência do dono, principalmente em ocasiões como a daquela tarde, quando Nhô Marcelo Oliveira mais Nhá Jussara e Nhozim Jaiminho tinha descido ao Baixo Mundo para a festa da baía.

- Mãinha, ocê num divia! – Advertiu a filha, preocupada.

- Anda logu, minina, tô mandanu! – exasperou-se a velha, em meio a um ataque de tosse.

- Tá vênu, mãínha! Ocê num podi...

- Intão num discuti cumigo! Será qui nem na hora da morti você podi fazê u qui eu mandu?

Quando a tosse passou Mãe Albina fez um sinal e Naná levou o copo com a batida de abacate à sua boca. A velha tomou devagarinho, saboreando a bebida, relembrando o abacateiro que tinha no quintal lá em Goiabeiras, quando era criança; do pai Nhô Augusto vigiando os frutos, contando, regrando, castigando na “gurumbumba” quem se atrevesse a colher um fruto verde, maduro ou bicado pelos sabiás que cantavam aquele canto triste ao amanhecer e ao entardecer.

- Chega, fia, tô sastisfeita! – disse para Naná e a moça afastou o copo, tentando esconder o choro. – Chora não, fia, todu mundu morri um dia... meu dia tá cheganu! – acalmou-a a velha, fazendo força para segurar a mão magra da filha.

- Fica cum nóis, mãínha!

- Ficu não, fia. Nossu Sinhô tá chamanu... meus dia cu'ocêis se foi, fia!

Lentamente o calor da mão da filha foi desaparecendo. Mãe Albina foi sentindo o corpo leve, a luz da tarde que entrava pela vidraça foi ficando mais intensa. Logo estava subindo, subindo, subindo. E lá de cima via o sítio banhado pelo sol da tarde, as pessoas trabalhando, as plantas crescendo, a vida se multiplicando... a vida continuando!


Texto 2:


Dislexia


Num ppael amraleado

Rbasiqeui meu hoirnozte

Com gfriate e soildão

E a prsesa de um isnatnte

 

Com gfriate e soildão

Rbasiqeui meu hoirnozte

Em ppael amraleado

Na prsesa de um isnatnte

 

Rbasiqeui meu hoirnozte

Na prsesa de um isnatnte

Em ppael amraleado

 

Com gfriate e soildão

Na prsesa de um isnatnte

Rbasiqeui meu hoirnozte


Texto 3





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