Adelina Tecla Correia Lyrio (1863-1938) participou das campanhas abolicionistas e dos saraus lítero-musicais que se organizaram nas sociedades libertadoras na década de 80 do século passado, sob a liderança de Afonso Cláudio de Freitas Rosa (1895-1934), primeiro presidente do Espírito Santo, no regime republicano. Nesses saraus, registraram-se os primeiros poemas escritos e declamados por mulheres capixabas. A primeira poetisa do Espírito Santo, a professora Adelina Tecla Correia Lyrio publicou, em 29/01/1881, o seguinte poema:
Inspirações
Nas tardes da primavera,
bafejadas pela brisa,
que triste rola nos bosques,
saudoso canto desliza;
que o sabiá, na floresta,
gorjeta uma canção,
sinto minha alma enlevada
de suave inspiração.
Nestas tardes amenas,
que na erma soledade,
solta a triste juriti
ternos cantos de saudade;
que, no prado, as lindas flores
exalam divino odor,
que minha lira suspira
saudosos cantos de amor.
É no silêncio da noite,
à luz alva do luar,
que as flores, a meiga aragem,
ligeira, vem bafejar.
Quando a onda vagarosa,
na praia vai desmaiar.
Que mil conchinhas reluzem,
à luz alva do luar.”
1ª Ocupante: Jéssica Spadetto Ribeiro
Possui graduação em História pela Universidade Federal do Espírito Santo (2012) e Mestrado em Ensino em Humanidades pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (2019), Pós-Graduação em Educação Inclusiva e Diversidade e em Educação de Jovens e Adultos (2016). Atua como docente na rede Estadual de Ensino do Espírito Santo (SEDU), no município de Marechal Floriano. Tem experiência na área de História, com ênfase em práticas educativas de gênero e identidade, atuando principalmente nos seguimentos da educação básica e com implementação de políticas afirmativas no ensino fundamental II e Ensino Médio. Faz parte do coletivo Pão e Rosas, atuando na militância de combate ao racismo e a violência contra mulher. Possui publicações na área de educação, história, estudos e gênero e História da Arte.
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